História do mergulho moderno

A grande quantidade de conchas encontradas em sítios arqueológicos indica que mergulhadores buscavam alimento nos mares bem antes de existirem referências históricas. A mais antiga referência histórica data de 3000 a.C e fala sobre os mergulhadores de esponjas de Creta. Outra referência data de 2200 a.C e é sobre os mergulhadores de pérolas na China. Mergulhadores militares foram usados na guerra de Tróia (1194 a.C). Referências a atividades militares foram feitas por Heródoto (Séc. V a.C) e também na Ilíada de Homero (anterior a 700 a.C). Alexandre, o Grande, fez uso de homens-rã nos ataques a Tyre (333 a.C) e, supostamente, ele também desceu em um sino de mergulho. Registros mostram que no Séc. III a.C já existiam profissionais de mergulho pagos e normas reguladoras para o mergulho.

Aristóteles (Séc. IV a.C) escreveu sobre o sino de mergulho. Antes desta época, provavelmente todos os mergulhos eram feitos em apneia e a profundidades que não deveriam exceder os 30 metros. Nos 22 Séculos que se seguiram, até 1800, o sino de mergulho foi a tecnologia dominante. No final do Séc. XVII, o sino foi aperfeiçoado e em 1691 um sino sofisticado com dimensões razoáveis foi patenteado por Edmund Halley. Este sino era ventilado através de barris que continham ar fresco e eram enviados a partir da superfície. Mergulhadores conseguiam permanecer cerca de uma hora e meia em profundidades de até 20 metros. As entradas e saídas no sino eram feitas em apneia a partir da superfície.

FORNECENDO AR COMPRIMIDO

Em 1770, foi desenvolvido o compressor manual de ar. Este avanço permitiu que Lellavre (1774) desenvolvesse um equipamento de mergulho que consistia em um capacete com uma mangueira. A técnica de mergulho com ar fornecido a partir da superfície se tornou padrão e se manteve assim até aos anos 50 do Séc. XX. Um grande avanço no mergulho aconteceu com a salvatagem do navio H.M.S Royal George. Para esta operação, Augustus Siebe desenvolveu e aperfeiçoou, em 1837, um capacete de mergulho e uma roupa fechada. O conjunto capacete e roupa de Siebe se tornaram o equipamento padrão para os mergulhadores comerciais desde 1837 e até 1960. O sistema de mergulho profundo da Marinha Americana, o Mark V, é na verdade uma modificação do sistema de Siebe.

O desenvolvimento do mergulho a partir de 1837 estava dependente de dois fatores: avanços no compressor de ar e o estudo da fisiologia hiperbárica. Os avanços com os compressores foram rápidos durante e depois da revolução industrial. Entretanto, o estudo da fisiologia do mergulho não foi tão rápido. Paul Bert, em 1878, começou a decifrar a complexidade da absorção e eliminação de nitrogênio. A primeira câmara de recompressão para o tratamento do mal descompressivo foi instalada para os trabalhadores do primeiro túnel sob o rio Hudson em Nova Iorque (1893). Em 1907, baseando-se no trabalho de Paul Bert, John S. Haldane publicou as primeiras tabelas descompressivas para mergulhadores.

SCUBA

O desenvolvimento do sistema SCUBA não começou com Cousteau. Em 1680, Borelli desenvolveu um sistema SCUBA baseado na teoria de que a exalação de um mergulhador poderia ser recuperada através de resfriamento e condensação. É claro que esta experiência não funcionou, mas de qualquer forma, ela representa uma tentativa de libertar o mergulhador. Borelli também experimentou o uso de nadadeiras e de um sistema para compensar a flutuabilidade. Em 1835, Condert publicou o desenho que um sistema SCUBA de fluxo contínuo que consistia em um capacete, roupa flexível, e um reservatório de ar comprimido que ficava em volta da cintura do mergulhador. Este desenho vai influenciar os futuros sistemas de mergulho. Em 1865, Rouquayrol desenvolveu um sistema de regulador de demanda. Apesar de o sistema ter o ar fornecido por uma mangueira vinda da superfície, ele influenciou o desenvolvimento de sistemas SCUBA.

Em 1878, Fleuss e Davis desenharam o sistema SCUBA de circuito fechado de oxigênio, que utilizava um produto químico que absorvia o CO2. Este foi o primeiro do que viria a ser uma longa lista de sistemas SCUBA de circuito fechado de oxigênio até o eventual desenvolvimento do sistema SCUBA de circuito semifechado de misturas gasosas por Lambertsen. Yves le Prieur, em 1924, introduziu um sistema SCUBA manual e valvulado. Em 1942, Cousteau e Gagnan desenvolveram o sistema SCUBA de demanda, que é o sistema utilizado até hoje em todo o mundo.

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